Homenagem a Arraes nos 30 anos da anistia

Evento destacou participação do ex-governador na redemocratização do país
Os 30 anos da anistia foram celebrados ontem com um seminário na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), em Casa Forte, que resgatou a participação do ex-governador Miguel Arraes no processo de abertura política do país. Amigos, parentes, políticos e pessoas que conviveram de perto com o líder socialista puderam conferir palestras e um importante acervo de imagens raras, fotos e arquivos em áudio sobre o tema.
Autor do livro Direita Volver, o ex-deputado federal Fernando Coelho fez um relato sobre os acontecimentos políticos que sucederam a volta de Arraes após quinze anos no exílio. Segundo ele, assim que regressou ao país, em setembro de 1979, o ex-governador de Pernambuco foi protagonista de um nova fase na história política do Brasil. "A anistia antecipou outros momentos. Já temos a democracia. Falta passarmos para a democracia social e para a democracia econômica", disse Coelho, que ainda citou a anistia como um período importante para o resgate da imagem política de Arraes. "Durante anos criou-se uma imagemdeturpada de Arraes em Pernambuco e, sobretudo, no Brasil. Havia um preconceito muito grande. Na volta do exílio ele corrigiu isso sem mudar suas convicções. Arraes não caiu na armadilha de dividir a oposição após o pluripartidarismo", disse Coelho, que ainda hoje é filiado ao PSB.
Atual presidente da Fundaj e ministro da Justiça durante a transição democrática, Fernando Lyra afirmou que, passados mais de 40 anos desde o golpe de 1964, "o grande problema do Brasil hoje é a falta de transição de lideranças". Lyra acrescentou que o governador de Pernambuco e neto de Arraes, Eduardo Campos (PSB), é um dos poucos políticos da nova geração que representa a renovação positiva, juntamente com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB).
O secretário estadual da Casa Civil, Ricardo Leitão, chegou a chorar no momento em que lia uma carta sobre a volta de Miguel Arraes escrita por Eduardo Campos, que estava em Brasília participando de uma agenda envolvendo a participação dos estados nordestinos nos royalties do pré-sal. O secretário estadual de Cultura, Ariano Suassuna, encerrou o seminário ao citar as implicações da criação do Movimento de Cultura Popular (MCP) durante o governo Arraes. O escritor falou sobre o polêmico racha que ocorreu entre algumas das principais lideranças do MCP.
Ciência política em pauta
Discussões sobre democracia, relações entre os poderes executivo e legislativo no Brasil, eleições presidenciais e América Latina são os principais temas do V Seminário de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que tem início hoje no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). O evento, promovido por alunos de pós-graduação, é considerado um dos principais do país e contará com a presença de pesquisadores, estudantes, representantes da sociedade civil e profissionais de ambas as áreas, como o francês Georges Couffignal. Na abertura, marcada para as 19h, na Assembleia Legislativa, a professora Fátima Anastasia, da UFMG, lançará seu novo livro, "Elites Parlamentares na América Latina".
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