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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O fator eleitoral: Não adianta ninguém espernear.

POLÍTICA
Nem mesmo o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que criticou a conotação eleitoral da visita do presidente Lula às obras da transposição do São Francisco, ao lado da ministra- candidata Dilma Rousseff. Daqui pra frente, a pisada vai ser essa - o eleitoral permeando todas as ações do governo. E da oposição, também. Só que o instrumento que o governo dispõe para fazer campanha eleitoral - a máquina administrativa - é muito mais poderoso do que a voz da oposição. E é isso o que faz do processo eleitoral uma competição desigual, contrariando o que prega o ministro Gilmar Mendes, quando diz que o processo eleitoral implica em igualdade de competição, considerando que o estado não pode beneficiar um dos candidatos (a visita de Lula foi custeada com recursos públicos). Se fosse assim, seria uma maravilha, mas o fato é que, de uma maneira ou de outra, o estado sempre beneficia os candidatos governistas. Por mais enquadrada que seja uma viagem de inspeção a obras de umgovernante num ano pré-eleitoral (sem sorteios, sem brindes e sem carregar candidatos como fez Lula), haverá sempre uma conotação eleitoral. E esse caminho também é trilhado pela oposição. Só que com armas diferentes. Por exemplo, ao tentar levar Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal, para um novo depoimento no Senado sobre o encontro com Dilma Rousseff, em que a ministra teria pedido agilidade em investigações nas contas família Sarney, o PSDB e o DEM querem apenas assegurar dividendos eleitorais. O episódio, no primeiro round, foi muito ruim para Dilma, e se voltar para um segundo tempo, por conta da agenda perdida que Lina encontrou, pode atrapalhar a candidatura da ministra. Até agora, ninguém sabe com quem está a verdade, se com Lina ou com a ministra, que nega que o encontro. Como a opinião pública é sempre mais rigorosa com quem está no poder, a oposição não pensa em desperdiçar essa oportunidade. É assim o processo eleitoral no Brasil. Quem está no poder se apodera do que é público para fazercampanha, e quem está na oposição persegue os escândalos do governo para ganhar votos.

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