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domingo, 29 de novembro de 2009

Governo do Estado prepara pacote para clubes de futebol


Na reta final para fechar a engenharia financeira da Arena Capibaribe, projeto pernambucano para a Copa de 2014, o Estado apresentará na próxima semana um “pacote de bondades” para o Náutico, Sport e Santa Cruz aderirem ao estádio.
São bônus em dinheiro, garantia de uma renda mínima com a bilheteria e até sugestões de planos de negócios para os imóveis onde estão seus atuais estádios, entre outros, na tentativa de conseguir levar os 20 melhores jogos de cada clube, um total de 60 por ano, para a nova arena.
A adesão é crucial, pois refletirá diretamente no uso do estádio da Copa e, principalmente, no tamanho do desembolso de Pernambuco durante os 30 anos de operação do estádio. De forma geral, quanto maior o lucro da Arena Capibaribe, menor o gasto público com o estádio.
Diferentes cenários oficiais apontam que a arena tenha de uma receita máxima de R$ 861,8 milhões em 10 anos, com jogos dos três times, até o mínimo de R$ 56,8 milhões no período, caso não haja adesão. E é nessa equação que entra a conta bancária estadual.
O consórcio que vencer a licitação da parceria público-privada (PPP) da arena investirá R$ 452 milhões nas obras do estádio, em três anos, e terá direito a 220 hectares para um projeto com 9.000 unidades habitacionais – uma das contrapartidas de Pernambuco para reduzir seu gasto com o projeto. Uma conta inicial, em revisão por causa de mudança no financiamento, é que o Estado pagaria até R$ 267 milhões durante os 30 anos de operação privada da arena, com prestação máxima de R$ 27 milhões, parcelas que dependeriam justamente do uso do estádio.
O secretário da Casa Civil, Ricardo Leitão, ressaltou ontem que o “pacote de bondades” será concedido pelo consórcio, mas que vai ser apresentado pelo Comitê Local Organizador da Copa a cada clube em separado. Ele deu como exemplo um cálculo de que o Sport tem gasto médio de R$ 30 mil para preparar a Ilha do Retiro em pontos como segurança, energia e água.
“Essas despesas os clubes não terão na arena. Será responsabilidade exclusiva do consórcio gestor do estádio. Poderão usar a arena sem abrir mão dos patrocínios nas camisas. Sem pagar nada para entrar e jogar. Terão direito a toda a renda da arquibancada. Há a possibilidade de estabelecer uma média mensal de receita de bilheteria dos últimos três anos e assegurar para quem aderir ao projeto que, mesmo que a receita dos jogos não alcance esse tíquete médio, o consórcio privado complemente essa receita”, comentou Leitão.
Outro exemplo dado por ele foi um possível uso imobiliário do Estádio dos Aflitos. Leitão afirma que, com exceção do prédio sede, tombado pelo patrimônio histórico, legalmente não haveria problemas em demolir todo o resto da área, erguer prédios e alugar o espaço.
“Transformaria isso numa renda permanente para o Clube Náutico Capibaribe”, diz. Com isso, completa, o time poderia investir em um estádio com capacidade para 10 mil torcedores em seu centro de treinamento na Macaxeira e usar a Arena Capibaribe para os jogos principais. “Tradição e conservadorismo à parte, isso é uma operação econômica”, ressaltou.

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