ADOLESCENTE CURADO DE RAIVA RECEBE ALTA MÉDICA

Depois de quase um ano internado no Hospital Universitário Oswaldo Cruz da Universidade de Pernambuco (Huoc/UPE), o paciente Marciano Menezes da Silva, de 16 anos, recebeu alta médica na manhã desta sexta-feira (18).
Ele deu entrada no hospital no dia 10 de outubro do ano passado com raiva humana após ser mordido por um morcego em sua casa, no Distrito de Floresta, Sertão do Estado. No dia 4 de fevereiro deste ano, saiu da UTI, mas continuou o tratamento internado no hospital. O adolescente é o primeiro brasileiro a se curar da doença. No mundo foram três casos de cura e apenas dois estão vivos.
Marciano ainda não pode andar, mas já consegue comer sozinho, mexer os braços e ajudar a se vestir. De acordo com o chefe da UTI, Gustavo Trindade, só o tempo dirá se ele vai andar. Ele recuperou o movimento dos braços, principalmente o esquerdo, e a expectativa é que a fisioterapia ajude bastante. Segundo o médico, o paciente voltará ao hospital em três semanas para ser novamente avaliado e se submeter a uma cirurgia ortopédica no quadril.
O tratamento utilizado em Marciano para que o organismo do paciente eliminasse o vírus da raiva humana é pioneiro no Brasil.
Foi baseado no Protocolo de Milwaukee, criado por médicos nos Estados Unidos em 2004, e a medicação inclui antivirais, sedativos e anestésicos. O caso, noticiado em todo o mundo, chamou a atenção dos especialistas, já que a raiva era considerada sem cura.
Em fevereiro deste ano, um grupo de 17 profissionais (do Huoc/UPE, Lacen, Vigilância Epidemiológica do Estado, Instituto Pasteur - SP, Ministério da Saúde, uma infectologista de Belém e um intensivista pediátrico de Brasília) juntamente com o especialista americano Rodney Willoughby, idealizador do Protocolo de Milwaukee e que conseguiu a primeira cura de raiva humana no mundo, elaboraram um documento de adaptação desse Protocolo para a realidade brasileira. O novo documento já foi publicado pelo MS para ser usado quando necessário em todo o país e servirá de orientação para o tratamento da doença. Gustavo afirma que o documento é chamado de Protocolo da Raiva Humana no Brasil, conhecido também como Protocolo de Recife.
A raiva humana é causada por um vírus que afeta o sistema nervoso de forma fatal. A doença é transmitida ao homem por diversos mamíferos como o cachorro, o morcego, o macaco e a raposa, através da mordida ou arranhão desses animais quando eles estão contaminados.
Com informações da assessoria.
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